Trabalha com fotojornalismo desde 1987. Foi membro da Comissão dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Sindicato dos Jornalistas do Pará, além de participar de diversos projetos na área de fotografia desenvolvidos pela FOTOATIVA.
Paula Sampaio, atualmente é repórter fotográfica da Fundação Cultural Tancredo Neves e do jornal O Liberal. Desde 1990 ela realiza projetos pessoais de documentação fotográfica sobre as migrações na Amazônia, a partir do cotidiano das comunidades que vivem às margens das grandes estradas abertas na região nos últimos 50 anos, principalmente as rodovias Transamazônica e Belém-Brasília. Seus projetos e ensaios já foram premiados pela Funarte (IV Prêmio Marc Ferrez de Fotografia(1993), Menção Honrosa na terceira versão de Prêmio Nacional de Fotografia(1998), Mother Jones Internacional Fund for Documentary Photography /EUA(1997), Fundação Vitae- Bolsa de pesquisa(2004), Prêmio Porto Seguro Brasil de Fotografia(2006), Bolsa Ipiranga de Artes Visuais(2007), entre outros
O que fez você seguir a profissão de fotógrafa?
Acho que foi quase um acidente(risos). Me desiludi com o texto jornalísstico, nos tempos de Universidade. Surgiu a fotografia, como uma possibilidade , uma vivência do cotidiano. Acabou virando um ofício.Fotojornalismo é a prática do jornalismo por meio da linguagem fotográfica em substituição à linguagem verbal. Fale um pouco a respeito da fotografia para o jornalismo.
Na sua opinião o que faz o público ser atraído pela parte visual da notícia?
A comunicação mais imediata. Penso que a imagem, a diagramação(projeto gráfico) e tudo mais que estimula a percepção visual são fontes primárias de comunicação. A visão é um sentido sedutor, que cataliza muitas sensações, emoções, então acho normal o interesse pela parte visual.
A fotografia é um suporte para notícia, na maioria das vezes induz o leitor comprar o jornal, na sua opinião, as fotos do caderno polícia banaliza a violência com fotos de mortes, acidentes , etc. Por quê?
Não entendo a fotografia como suporte. Para mim é um meio. Sou contra a existência de cadernos policiais, isso só alimenta o sadismo e a violência. Os grandes jornais no mundo todo aboliram os cadernos policiais, esse tipo de notícia faz parte da pré- história do jornalismo.
De que forma se pode abordar a violência sem sensacionalismo nos cadernos policiais?
Na minha opinião, da forma que já fazem alguns veículos de comunicação: por meio de histórias de vida, repercutindo o fato no âmbito social, jurídico, psicológico.