sexta-feira, 3 de junho de 2011

Entrevista com a fotográfa Paula Sampaio


Paula Sampaio nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais em 26 de outubro de 1965 e há mais de vinte anos reside em Belém. Graduou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará e fez especialização em Comunicação e Semiótica na PUC / MG.

Trabalha com fotojornalismo desde 1987. Foi membro da Comissão dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Sindicato dos Jornalistas do Pará, além de participar de diversos projetos na área de fotografia desenvolvidos pela FOTOATIVA.

Paula Sampaio, atualmente é repórter fotográfica da Fundação Cultural Tancredo Neves e do jornal O Liberal. Desde 1990 ela realiza projetos pessoais de documentação fotográfica sobre as migrações na Amazônia, a partir do cotidiano das comunidades que vivem às margens das grandes estradas abertas na região nos últimos 50 anos, principalmente as rodovias Transamazônica e Belém-Brasília. Seus projetos e ensaios já foram premiados pela Funarte (IV Prêmio Marc Ferrez de Fotografia(1993), Menção Honrosa na terceira versão de Prêmio Nacional de Fotografia(1998), Mother Jones Internacional Fund for Documentary Photography /EUA(1997), Fundação Vitae- Bolsa de pesquisa(2004), Prêmio Porto Seguro Brasil de Fotografia(2006), Bolsa Ipiranga de Artes Visuais(2007), entre outros

O que fez você seguir a profissão de fotógrafa?

Acho que foi quase um acidente(risos). Me desiludi com o texto jornalísstico, nos tempos de Universidade. Surgiu a fotografia, como uma possibilidade , uma vivência do cotidiano. Acabou virando um ofício.

Fotojornalismo é a prática do jornalismo por meio da linguagem fotográfica em substituição à linguagem verbal. Fale um pouco a respeito da fotografia para o jornalismo.

Bem, não acho que a imagem(fotojornalismo) substitua o verbo(texto). São linguagens complementares no processo de comunicação. A fotografia é um instrumento poderoso de síntese e informação.

Na sua opinião o que faz o público ser atraído pela parte visual da notícia?

A comunicação mais imediata. Penso que a imagem, a diagramação(projeto gráfico) e tudo mais que estimula a percepção visual são fontes primárias de comunicação. A visão é um sentido sedutor, que cataliza muitas sensações, emoções, então acho normal o interesse pela parte visual.

A fotografia é um suporte para notícia, na maioria das vezes induz o leitor comprar o jornal, na sua opinião, as fotos do caderno polícia banaliza a violência com fotos de mortes, acidentes , etc. Por quê?

Não entendo a fotografia como suporte. Para mim é um meio. Sou contra a existência de cadernos policiais, isso só alimenta o sadismo e a violência. Os grandes jornais no mundo todo aboliram os cadernos policiais, esse tipo de notícia faz parte da pré- história do jornalismo.

De que forma se pode abordar a violência sem sensacionalismo nos cadernos policiais?

Na minha opinião, da forma que já fazem alguns veículos de comunicação: por meio de histórias de vida, repercutindo o fato no âmbito social, jurídico, psicológico.




quinta-feira, 2 de junho de 2011

Violência urbana para os meios de comunicação em massa.

Os orgãos de Comunicação nem sempre se limitam a tratar a violência com equilíbrio, acabam se excedendo na vontade de explorar o gosto pelas emoções fortes, pelo sensacionalismo ou pelo chocante, como instrumento de conquista de leitores, ouvintes e telespectadores.
Violência cada dia mais banalizada pelos meios de comunicação!!!!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

VIOLÊNCIA

O intersse pela violência é algo recorrente na humanidade. A violência é tema de estudos contínuos e tem profunda participação na sociedade.
Se esse tema causa tanta revolta, por que a sociedade tem tanto interesse nesse tipo de matéria jornalística e acompanha esses casos nos telejornais como se fosse uma novela???Poder da mídia???




Nada mais comum ao indivíduo do que ver a violência, ainda que de forma ilustrada, nos jornais impressos.

A importância do fotojornalismo

A FOTO NÃO É SÓ IMAGEM DA NOTÍCIA. ELA TAMBÉM É NOTÍCIA

A fotografia não está no jornalismo impresso apenas para ilustrar, ela tem um papel de extrema importância. No jornal, a fotografia torna-se uma arma para o jornalista, que busca dar sempre veracidade àquilo que ele escreve. Segundo o autor Lorenzo Vilches, toda fotografia produz uma ‘impressão de realidade’ que no contexto da imprensa se traduz uma ‘impressão de verdade”

A foto funciona no jornal como se fornecesse provas. “Determinada coisa de que ouvimos falar, mas que nos suscita dúvidas parece-nos comprovada quando dela vemos uma fotografia. Uma das variantes da utilidade da câmara fotográfica está em que seu registro denuncia” (SONTAG, 1981, p. 5).

A foto, assim, não é só imagem da notícia. Ela também é notícia.

E no Caderno Policial???

No caderno policial dos jornais impressos, ficção e realidade transitam nos olhos do leitor a imagem revelada, fotos de morte por violência, como assassinatos coloca em cena o contexto social por parte daqueles que lêem e os que sofreram a violência, muitas vezes por viverem numa situação de pobreza.

Danilo Angrimini, em seu livro "Espreme Que Sai Sangue", diz que a morte está presente em todos os jornais, em suas diferentes editorias. Com tudo, “os jornais sensacionalistas transformam a morte em seu assunto de capa, como se rendesse um culto diário feitichizado à morte”. (ANGRIMANI,1995,p.53)